Por PUVMS

Vigorexia: culto excessivo pelo corpo
A anorexia esteve na capa das principais revistas,
era pauta nos jornais virou assunto nas rodas de bar. A morte da modelo
brasileira Ana Carolina Reston Macan, em 2006 teve atenção da mídia
internacional e reacendeu o debate sobre o transtorno alimentar em todo o mundo.
As agências estudaram exigir atestado médico para modelos iniciantes, mas
deixaram de tocar no ponto principal do assunto: não seria o padrão de beleza imposto à sociedade a
causa do transtorno?
Essa mesma dúvida surge para a análise de um outro
distúrbio pouco tratado - até porque pouco reconhecido - do nosso tempo, a
vigorexia. Da mesma 'família' da anorexia, o transtorno afeta sobretudo
os homens viciados em academia e que cultuam o corpo. Mesmo quando já estão
fortes, eles ainda se vêem magros, aumentam a carga de exercícios e algumas
vezes passam a usar esteróides anabolizantes para aumentar a massa
muscular.
A vigorexia, também é conhecida como Síndrome de
Adônis ou overtraining,
ainda não é catalogada como uma doença. O grande risco, na verdade, além das
lesões musculares que pode causar, é a associação a outros distúrbios. "Esses
pacientes, de tão isolados que ficam, acabam tendo outros problemas psíquicos,
como a depressão", explica o professor Niraldo de Oliveira Santos, da divisão de
Psicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Ele ainda faz outro alerta sobre o problema,
dizendo que muitas pessoas recorrem a cirurgias plásticas, sem a menor
necessidade, para complementarem a busca pelo corpo "ideal". "Elas querem fazer
uma cirurgia de nariz, um implante de cabelo... teoricamente, o cirurgião
deveria perceber (que se trata de vigorexia), mas vai depender do profissional e
da competência dele", afirma.
Como é um problema diretamente ligado à auto-estima
da pessoa, o reconhecimento do transtorno nem sempre é fácil. O psicólogo relata
o caso de quando o HC ofereceu um programa de tratamento gratuito para a
vigorexia. Ele conta que a divulgação foi ampla, em mais de 20 meios de
comunicação - incluindo a abrangente TV
Globo. "Se inscreveram 6 casos; desses, 4 foram ligações de
familiares inscrevendo filhos, que não compareceram", lamenta. E dos dois que
foram, um não estava tão preocupado com o problema. Ele queria, na verdade,
saber como poderia continuar usando os anabolizantes que tomava e manter o
resultado deles, mesmo indo para a balada de final de semana e consumindo
ecstasy nessas situações.
Fonte: movimento ccm
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