Edição do Jornal O Globo de 15 de dezembro de 2010
Essa era a manchete do Jornal O Globo em dezembro de 2010.
Acompanhem essa matéria de março de 2011, de Bruno Francheschi Troiano, colaborador da Scientific American Brasil.
No Brasil, a
obesidade já é considerada um sério problema de saúde pública. Segundo dados do
Ministério da Saúde, 3,5 milhões de brasileiros estão em estado de obesidade
mórbida – quando o peso de uma pessoa ultrapassa o valor 40 no índice de massa
corporal (IMC, divisão do peso pela altura). Segundo uma pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2004, cerca de 10% das
crianças e adolescentes brasileiros estão acima do peso e a cada ano esse
número aumenta. A obesidade infantil provoca problemas precoces como hipertensão,
colesterol elevado, diabetes, doenças ortopédicas e até mesmo bullying nas
escolas. Crianças diagnosticadas com obesidade desenvolvem hábitos como
insaciabilidade – algumas chegam a repetir o prato até três vezes, durante as
refeições – têm muita sede e cansaço exagerado.
Uma das razões
que contribuem para esse quadro é a junk food – alimentos altamente calóricos,
mas pouco nutritivos. Hambúrgueres gordurosos, batatas fritas, milk-shake,
sorvetes, pizzas, de fácil acesso às crianças, podem ser considerados atentados
à saúde infantil. A publicidade massiva em torno desses alimentos, no entanto,
faz com que sejam consumidos de maneira crescente.
Na verdade, a
junk food não é prejudicial apenas a crianças e adolescentes. Como resultado do
consumo crescente, as estatísticas mostram que adultos brasileiros também
arredondam perigosamente suas formas, com impacto direto na qualidade da saúde.
O aumento do poder aquisitivo, mais recentemente, fez crescer o consumo desses
alimentos – não apenas em restaurantes do tipo fast-food. No Brasil, cresce
também o consumo de comidas congeladas com elevadas concentrações de
conservantes, como reflexo de mudanças na estrutura social.
Segundo o mesmo
estudo do IBGE, por volta de 43% dos brasileiros estão acima do peso ideal e
13% são obesos – porcentagem já elevada, mas equivalente a pouco mais que um
terço da população americana de obesos.
O quadro de
obesidade mórbida está associado, quase sempre, a uma diversidade de causas.
Entre elas, fatores biológicos e ambientais. Os fatores biológicos envolvem
genética e metabolismo, enquanto depressão, angústia e ansiedade são
considerados fatores ambientais.
Há casos em que
mesmo dietas e exercícios físicos não resultam em perda de peso, ao contrário.
A pessoa pode ganhar ainda mais massa corpórea. As dietas radicais –
normalmente divulgadas por revistas populares – não necessariamente funcionam,
pois ao final de um ciclo a pessoa sente mais fome que normalmente, devido à
falta de nutrientes ingeridos. Daí a importância de um tratamento criado e
acompanhado por um profissional especializado na área. No Brasil, o tratamento
contra a obesidade, na melhor das hipóteses, é acompanhado por nutricionistas.
No entanto, praticamente não existe apoio com base nas ciências do comportamento,
levando em conta que boa parte das dificuldades dos obesos é também de natureza
psicológica.
Uma opção para
obesos ou pessoas acima do peso ideal interessadas em emagrecer de maneira
saudável é o Vigilantes do Peso (www.vigilantesdopeso.com.br), organização
mundial que participa ativamente do fórum científico global de disciplinas
relacionadas ao controle do peso, dando suporte e acompanhamento para
interessados. Na cidade de São Paulo, pacientes com quadro de obesidade mórbida
podem recorrer ao tratamento no Hospital das Clínicas da FMUSP. No ano passado,
o hospital iniciou testes com um novo tratamento que consiste em inserir uma
prótese endoscópica flexível – com 62 cm de comprimento – na porção inicial do
intestino delgado. Os primeiros resultados revelam perda de aproximadamente 30%
de peso, o que correspondeu ao esperado pelos pesquisadores. Mas esta ainda
está longe de ser uma solução ideal.
E em 2013? Como estará a situação?
Original Disponível em: :http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/o_crescente_arredondamento_das_formas_imprimir.html
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