Qual é a maneira correta de executar o exercício SUPINO? Quais os músculos envolvidos? Faz diferença o tipo de empunhadura? E a inclinação do banco? Deve ser executado com a máxima amplitude articular ou com limitação na amplitude articular?

Pois é, essas foram as questões analisadas por pesquisadores e as conclusões do estudo publicadas em um artigo no Brazilian Journal of Sports and Exercise Research em 2010. É um artigo super recente, que analisou os aspectos biomecânicos deste exercício que é um dos mais utilizados na musculação.
Veja o que os pesquisadores analisaram:
- Cinesiologia do exercício supino
- Anatomia dos músculos envolvidos no exercício supino
- Ativação mioelétrica durante o exercício supino
- Atividade muscular e inclinações do banco no exercício supino
- A influência do afastamento da empunhadura no exercício supino
- Amplitude de movimento
- Diferenças na ação muscular entre o exercício supino guiado (“máquina”) e não guiado (livre com barra).
- Supino em base estável e instável.
Selecionei a parte relacionada a amplitude de movimento, pois essa é uma questão que gera confusão entre os praticantes e até mesmo entre os profissionais nas academias.
Amplitude de movimento
Os exercícios geralmente são executados com toda amplitude de movimento permitida pela (s) articulação(ões). A força muscular pode variar dependendo da amplitude do movimento em uma articulação específica. Possíveis mecanismos para tal variação podem ser em decorrência da relação comprimento-tensão muscular, no comprimento do braço de alavanca ou diferenças na ativação muscular.
Acredita-se que para o desenvolvimento da força em toda amplitude articular, o treinamento deva ser específico, utilizando desta forma, a maior amplitude de movimento possível. Além do que, quando se utiliza toda amplitude de movimento a flexibilidade é mantida ou melhorada.
Amplitudes de movimento parciais são técnicas utilizadas por indivíduos altamente treinados em muitos esportes, visando o aumento da força em amplitudes específicas do movimento e, visando a utilização de sobrecargas supra-máximas. O estudo de Sullivan, Knowlton, DeVita e Brown mostrou que sujeitos treinados produzem mais torque em exercícios com amplitude parcial quando comparado à máxima amplitude. Entretanto,esse estudo foi realizado em um exercício monoarticular.
Já o estudo de Moorkerjee e Ratamess analisou diferenças na produção de força 1RM e 5RM em sujeitos treinados, utilizando amplitude parcial 90° de flexão do antebraço e amplitude máxima para o exercício supino. Os resultados corroboram o estudo de Sullivan, Knowlton, DeVita e Brown que observaram um aumento na produção de força em amplitudes menores. Entretanto, o estudo de Massey, Vincent, Maneval, Moore e Johnson não corrobora os estudos acima citados. Este estudo analisou o ganho em força (1RM) no supino, em sujeitos não treinados após 10 semanas de treinamento. Os sujeitos foram divididos em 3 grupos amplitude parcial, amplitude máxima e controle, o qual foi definido por uma combinação de amplitudes parciais e máximas. Os resultados não mostraram diferenças no ganho de força, entre grupos, após as 10 semanas. Estudos que relacionam aspectos aplicados à prática, como a influência da amplitude e o efeito hipertrófico ou o grau de estresse articular em diferentes amplitudes de movimento não foram encontrados na literatura científica.
Espero que tenham curtido!
Artigo completo :
Brazilian
Journal of Sports and Exercise Research, 2010, 1 (2) : 135- 142
EXERCÍCIO
SUPINO: uma breve revisão sobre os aspectos biomecânicos Paulo Henrique
Marchetti, Claudinei Campos Arruda, Luiz
Fernando Segamarchi, Enrico Gori Soares,
Daniel Takeshi Ito, Danilo Atanázio da Luz
Junior, Osvaldo Pelozo Jr., Marco Carlos Uchida
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